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Planta amazônica possui composto anticancerÃgeno
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A planta pertence à famÃlia Rubiaceae, a mesma do café, e possui um fruto comestÃvel. [Imagem: INPA] |
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Parente do café
Uma pesquisadora brasileira descobriu em uma planta amazônica uma substância com potencial para atuar como medicamento anticancerÃgeno.
A substância, um alcaloide com potencial anticancerÃgeno, foi extraÃda da planta Duroia macrophylla, popularmente conhecida como puruÃ-grande-da-mata.
A espécie pertence à famÃlia Rubiaceae, a mesma do café, e possui um fruto comestÃvel, mas não muito consumido.
A descoberta foi feita por CecÃlia Veronica Nunez, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
"Esse alcaloide especÃfico mostrou atividades sobre células tumorais de leucemia humana, adenocarcinoma gástrico [câncer de estômago] e melanoma [câncer de pele]", disse CecÃlia. "Isso, por enquanto, em linhagens em células, ou seja, o ensaioin vitro. Ainda precisamos realizar os ensaios de todas as etapas pré-clÃnica e clÃnica."
De acordo com a pesquisadora, pela alta atividade que a substância apresentou e pela baixa toxicidade em células sadias, "existe um potencial muito grande. Mas é prematuro dizer para já se utilizar a planta [em tratamentos contra o câncer]", ponderou.
Bioprospecção
Ainda em andamento, a pesquisa está dividida em duas frentes: a primeira é o estudo da planta para encontrar outros alcaloides minoritários com possÃveis atividades ainda maiores. A segunda é a tentativa de obtenção da cultura de células da planta para uma produção maior do alcaloide, já que a planta o produz em pequena quantidade, exigente concentração do composto para passar à s etapas in vivo.
A técnica, conhecida como bioprospecção, consiste na coleta do material biológico, preparação de extratos e avaliação em diversos ensaios biológicos.
"Foi muito trabalhoso realizar o isolamento e a identificação estrutural do alcaloide, mas foi muito bom poder encontrar uma substância com esse potencial", observou CecÃlia.
Segundo ela, esse é o primeiro estudo quÃmico realizado com a planta. "Ela forneceu um alcaloide inédito na literatura. Já existe o esqueleto, mas a posição como a estrutura está ligada é inédita, então ainda tem muita coisa a ser descoberta", afirmou.
O INPA já patenteou a descoberta, preparando-se para acordos com outras instituições ou empresas para aprofundar os estudos com vistas ao desenvolvimento de um medicamento.
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Fonte: Diário da Saúde