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CalvÃcie pode estar relacionada a problemas cardÃacos
Pesquisa feita no Japão concluiu que o risco de doença cardÃaca é aumentado especialmente com a perda de cabelo no topo da cabeça
Perda de cabelo no topo da cabeça, formando a chamada 'coroa',pode estar relacionada a um risco maior de doença coronariana, diz estudo (Thinkstock)
Um time de pesquisadores japoneses revisou diversos estudos sobre a relação entre calvÃcie e problemas no coração e concluiu que, de fato, a queda de cabelo, especialmente quando ocorre no topo da cabeça (a 'coroa'), aumenta o risco de doenças cardÃacas entre os homens. O trabalho, feito na Faculdade de Medicina da Universidade de Tóquio, no Japão, foi publicado nesta quinta-feira no periódico BMJ Open.
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DOENÇA CORONARIANA
Também chamada de coronariopatia, é uma frequente doença cardiovascular na qual o transporte que leva o sangue ao músculo cardÃaco está bloqueado parcial ou completamente. É provocada pelo depósito de colesterol e outras gorduras nas paredes das artérias coronárias. Embora atinja os dois sexos, atinge os homens em geral dez anos mais cedo que as mulheres, que costumam desenvolver a doença após a menopausa. Idade avançada, pertencer ao sexo masculino, e ter histórico familiar na doença na famÃlia são alguns dos fatores de risco do problema, que também envolvem hábitos de vida, como tabagismo, má alimentação, sedentarismo e obesidade.
A pesquisa japonesa levou em consideração seis estudos feitos entre 1993 e 2008 que, ao todo, envolveram mais de 40.000 homens. Três desses trabalhos acompanharam voluntários por mais de dez anos. Segundo suas conclusões, os homens que, ao longo desse perÃodo, perderam a maior parte de seus fios de cabelo, em comparação com os que os mantiveram, apresentaram um risco cerca de 30% maior de ter uma doença coronariana. Essa condição ocorre quando o transporte que leva o sangue ao músculo cardÃaco está bloqueado parcial ou completamente em consequência do depósito de colesterol e outras gorduras nas artérias.
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Região especÃfica — A revisão também concluiu que o risco de uma doença coronariana é mais elevado conforme a gravidade da calvÃcie. Porém, segundo os autores, essa relação somente é válida se a queda de cabelo começa no topo da cabeça. Um homem com calvÃcie grave no topo da cabeça pode ser quase 50% mais propenso a sofrer de uma doença coronariana do que um indivÃduo que não sofre com a perda dos fios, por exemplo. Por outro lado, essa chance é 18% maior entre homens com calvÃcie menos grave nessa região da cabeça.
Além disso, segundo o estudo, o risco de doença coronariana aumenta ainda mais caso o homem tenha calvÃcie tanto na parte da frente, ou nas 'entradas', quanto no topo da cabeça — indivÃduos com essas caracterÃsticas são quase 70% mais propensos a desenvolver a condição do que homens sem calvÃcie.Â
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As outras três pesquisas analisadas pelo time da Universidade de Tóquio observaram a saúde cardÃaca de homens que já estavam carecas, ou então que caminhavam para isso, e a compararam com os resultados de saúde de homens que não haviam perdido seus fios de cabelo. De acordo como esses estudos, o primeiro grupo foi 70% mais propenso a apresentar alguma doença cardÃaca em comparação com o restante dos homens. Esse risco foi maior entre os participantes mais novos, que apresentaram uma probabilidade 84% maior de ter problemas de saúde no coração.
Para os autores da revisão, é possÃvel que a calvÃcie masculina seja um indicador de resistência à insulina, um percursor do diabetes, um estado de inflamação crônica ou então que esteja associada a um aumento da sensibilidade à testosterona. Todos esses fatores estão direta ou indiretamente associados ao surgimento de doenças cardiovasculares.
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Opinião do especialista
Luiz Antonio Machado César
Cardiologista e diretor da Unidade ClÃnica de Coronariopatia Crônica do Instituto do Coração do Hospital das ClÃnicas da USP (Incor)
"Há centenas de fatores que estão associados à doença coronariana. Essa relação que o estudo encontrou entre calvÃcie e o problema cardÃaco é relevante, mas não substitui os outros fatores de risco. Ou seja, o fato de um homem ser ou não calvo não faz com que um médico deixe de considerar outros fatores, como tabagismo, sedentarismo, obesidade e hipertensão, na hora de avaliar se o paciente tem risco de uma doença coronariana.
O estudo tem um problema que é o fato de ele não ter levado em consideração esses outros fatores de risco para doenças cardÃacas. Então não é possÃvel dizer quem um homem calvo necessariamente terá uma doença coronariana ou então que um indivÃduo sem calvÃcie esteja livre do problema.
É possÃvel que, além do fator genético, problemas como obesidade, diabetes, altos nÃveis de glicose no sangue e sedentarismo favoreçam a calvÃcie. Por isso, uma forma de interpretar esses resultados é pensar que homens calvos, especialmente os mais jovens, com menos de 50 anos, já são propensos a ter doenças cardÃacas.
O estudo é relevante, mas ele pode dar um peso para a calvÃcie que, em relação ao risco de doença cardÃaca, não é real na prática."
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Fonte: Portal Veja
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/calvicie-pode-estar-relacionada-a-problemas-cardiacos
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