Um novo estudo feito na Universidade de Copenhague, na Dinamarca, mostrou que a prática de duas horas semanais de atividades fÃsicas como corrida de carga moderada ou caminhada rápida pode chegar a diminuir pela metade o risco de sÃndrome metabólica. Essa condição reúne alguns dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares — portanto, eliminar esse problema de saúde é uma forma eficaz de evitar o surgimento de eventos como ataque cardÃaco e derrame cerebral.
No entanto, os autores alertam que a fonte do benefÃcio está na intensidade da atividade, e não no tempo de duração. Ou seja, ao contrário do que diversos trabalhos já mostraram, o mesmo efeito não vale para uma caminhada leve, por exemplo. As conclusões foram publicadas nesta segunda-feira no periódico BMJ Open.
CONHEÇA A PESQUISA
TÃtulo original:Â Intensity versus duration of physical activity: implications for the metabolic syndrome. A prospective cohort study
Onde foi divulgada: periódico BMJ Open
Quem fez:Â Adam Hoegsbro Laursen, Ole P Kristiansen, Jacob Louis Marott, Peter Schnohr e Eva Prescott
Instituição: Universidade de Copenhagen, na Dinamarca
Dados de amostragem:Â 10.135 homens e mulheres de 21 a 98 anos de idade
Resultado: Praticar duas horas semanais de atividades fÃsicas de carga moderada, como caminhada rápida ou corrida moderada, podem reduzir em até 50% o risco de sÃndrome metabólica. ExercÃcios leves, como caminhadas, não parecem ter esse benefÃcio.
Para que uma pessoa seja diagnosticada com sÃndrome metabólica, ela deve se enquadrar em três ou mais das seguintes caracterÃsticas: hipertensão, Ãndice de açúcar elevado no sangue, excesso de gordura abdominal, baixo nÃvel de bom colesterol e Ãndices elevados de ácidos graxos. Esses problemas predispõem o paciente a doenças cardiovasculares, ao diabetes e — quando as doenças ocorrem associadamente — à morte prematura.
Participaram da pesquisa mais de 10.000 pessoas de 21 a 98 anos. Elas foram avaliadas e acompanhadas ao longo de dez anos, perÃodo durante o qual responderam a questionários sobre frequência e intensidade de prática de atividade fÃsica. No inÃcio do estudo, 20% das mulheres e 27% dos homens tinham sÃndrome metabólica, e a prevalência da condição estava fortemente associada aos nÃveis de atividade fÃsica — quanto mais sedentário, maior a prevalência do distúrbio.Â
Quando a pesquisa terminou, essa relação continuou a mesma — com desvantagem para quem caminhava menos. Enquanto cerca de dois em cada dez indivÃduos sedentários tinha a sÃndrome, somente uma em cada dez pessoas fisicamente ativas que participaram do estudo — ou seja, metade — apresentava o problema.
Esses resultados valeram para a prática de duas horas semanais de atividades com intensidade moderada, como corrida e caminhada rápida. Não houve diferença, no entanto, entre as pessoas sedentárias e as que praticaram caminhadas leves, mesmo se praticadas durante uma hora todos os dias. "Nossos resultados confirmam o papel da atividade fÃsica na redução do risco de sÃndrome metabólica e sugerem que a intensidade, e não a quantidade do exercÃcio, é o que deve ser levado em consideração."